quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Anac diz que avião que caiu em Paraty está regular; Marinha trabalha no resgate

 Agência Brasil

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o avião da Emiliano Empreendimentos e Participações Hoteleiras que caiu hoje próximo à Ilha Rasa, em Paraty, na região da Costa Verde fluminense, apresentava certificados  de inspeção em dia. Segundo a Anac, não havia nenhuma pendência em relação à aeronave. Um dos passageiros do avião, que transportava quatro pessoas, era o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.

A Marinha, por meio do Comando do 1º Distrito Naval, informou que tomou conhecimento por volta das 13h45 da queda da aeronave. Imediatamente, a Agência da Capitania dos Portos em Paraty enviou ao local do acidente uma equipe, a fim de prestar apoio na busca aos tripulantes da aeronave.

No momento, 50 militares e três embarcações da Marinha do Brasil estão envolvidos nas buscas, além da equipe do Corpo de Bombeiros do estado do Rio de Janeiro e de barcos pesqueiros. O Navio Patrulha Oceânico “Amazonas” irá para o local do acidente.

De acordo com a prefeitura de Paraty, ainda chove forte na região. O Corpo de Bombeiros informou que o avião caiu a menos de 2 quilômetros do centro histórico da cidade. De acordo com a corporação, três pessoas foram retiradas sem vida da aeronave e não há outras informações sobre o quarto passageiro do avião.

Segundo informação da prefeitura de Paraty, duas escunas estão dando sustentação para que o avião não afunde. O local é raso, com cerca de 4 metros de profundidade. A região onde o avião caiu é uma área de circulação de muitas embarcações.

FAB
A assessoria da Força Aérea Brasileira (FAB) informou que a aeronave de matrícula PR-SOM, modelo King Air C-90 havia decolado de Campo de Marte (SP), às 13h01, com destino a Paraty (RJ). A equipe de investigação do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA 3), sediado na capital do Rio de Janeiro, já seguiu em direção ao local do acidente.

José Medeiros será candidato à presidência do Senado

Agência Brasil

O senador José Medeiros (PSD-MT) comunicou nesta quinta-feira (19) ao presidente Michel Temer que se candidatará à presidência do Senado no próximo mês. Segundo ele, a candidatura foi proposta por um grupo de senadores que sugeriu que houvesse um segundo nome na disputa.

Embora ainda não tenha anunciado oficialmente, o parlamentar Eunício Oliveira (PMDB-CE) deve se lançar candidato, apoiado pelo atual presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL), já que, pela proporção no Senado, cabe aos peemedebistas indicarem o quadro que será cabeça de chapa.

"O presidente deixou bem claro que a Presidência da República vai agir no Senado assim como está agindo na Câmara [sem interferências]. E que via com bons olhos, não tem me visto como opositor, e até agradeceu a forma como eu tenho trabalhado na vice-liderança", afirmou, ao ser perguntado sobre a reação de Temer sobre a candidatura.

O parlamentar disse que esteve com o presidente para conversar sobre uma pauta dos caminhoneiros do Mato Grosso, e aproveitou para informá-lo sobre a candidatura.

"A política é feita de conflitos e do antagonismo em determinados momentos. Se não fosse a minha candidatura, seria outra. O grupo ia lançar uma candidatura. Acho que para o governo é interessante que seja o senador Medeiros, que não é um senador que vai fazer uma campanha em detrimento da honra dos colegas, da instituição ou do próprio governo", disse, ao ser perguntado se uma segunda candidatura não prejudicaria o Palácio do Planalto.

Nome de Teori está em lista de passageiros de avião que caiu em Paraty

Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu há pouco a informação de que o nome do ministro Teori Zavascki estava na lista de passageiros de um jatinho que caiu na tarde de hoje (19) em Paraty (RJ) com quatro pessoas a bordo. Ainda não há informações sobre sobreviventes. A aeronave ia de São Paulo para Paraty (RJ).


De acordo com assessores da Corte, o presidente Michel Temer e a presidente do STF, Cármen Lúcia, já foram avisados e acompanham os trabalhos das equipes de resgate, mas não vão se pronunciar até a confirmação oficial sobre o acidente. Teori é o ministro relator das ações da Operação Lava Jato no Supremo.

Avião com quatro pessoas cai em Paraty


Um avião bimotor modelo King Air caiu hoje (19) à tarde em Paraty, na região da Costa Verde fluminense. De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a aeronave decolou às 13h01 do Campo de Marte, em São Paulo, com destino a Paraty, com quatro pessoas a bordo. A aeronave pertence a Emiliano Empreendimentos e Participações Hoteleiras.

O Corpo de Bombeiros informou que o avião caiu no mar, próximo à Ilha Rasa, e está parcialmente submerso. Além dos bombeiros da cidade, homens do quartel de buscas e salvamento da Barra da Tijuca, no Rio, se deslocam para o local para auxiliar nas buscas. Os bombeiros não informaram se há sobreviventes.


Na hora do acidente, chovia forte em Paraty e a região estava em estágio de atenção.

A não política


Por Alexandro Kichileski*

Terminado o processo eleitoral das eleições municipais de 2016 foi possível constatar um porcentual considerável de votos invalidados, por vezes maiores que dos candidatos eleitos. E esses votos inválidos apresentam um problema que necessita ser pensado com  seriedade. Afinal, o que há de errado? Quais fatores  desencadearam esse fenômeno?  Penso que é preciso observar a questão a partir de duas prerrogativas: a primeira no contexto da Modernidade e a segunda diante as especificidades próprias do Brasil.

            Na Modernidade é observado a descrença nas instituições públicas e no nosso sistema representativo. Porém, diferente de outros contextos históricos, essa descrença não vem com uma organização social querendo uma ruptura, apresentando novos projetos societários. Pelo contrário, é sinalizado pela brutal indiferença. É óbvio que existe, no tecido social, grupos mobilizados, mas esses geralmente são marginalizados pela Opinião Pública, sobretudo pelos setores conservadores.

            Nós estamos reféns de uma cosmovisão endossada pelo direcionamento dos desejos ao consumo, e amparado a isso, a constante mutilação de tudo que remete ao público/coletivo. Nossa opinião é formada pelos aparelhos midiáticos, que por sua vez dependem da publicidade. Como observado por Dominique Quessada, a publicidade comunica, mas na ideologia consumista ela é uma ferramenta que [re]orienta os cidadãos (ou seriam  consumidores?) a negar os elementos simbólicos da coletividade, ressaltando  o ideal de vida apenas no individualismo exacerbado. Podemos compreender, inclusive, esse fenômeno como manifestação que rivaliza com o discurso político. Assim, existe uma ideologia que se diz contra ideologias e associa a política a tudo que é pejorativo. Nessa lógica maniqueísta o discurso apolítico é visto como ideal a ser seguido nesse mundo desencantado.

            Dito isso, parto para a segunda prerrogativa. Acredito que o primeiro problema é a ausência de rupturas políticas na História do Brasil. Nosso processo político sempre se deu de forma mais conciliadora. A transição do modelo colonial para o império foi regido pelo filho do rei. Pagamos, aliás, indenização à Portugal. Posteriormente, como observado pelos historiadores, a República veio por setores sociais que já se beneficiavam das políticas do Império e apesar da etimologia da palavra, a grande maioria da população brasileira não participou desse evento histórico. Quando houve uma tentativa de reformas profundas, com o Jango, grupos opositores aproveitaram da histeria anticomunista e com os militares o tiraram do poder. A redemocratização, depois de décadas de obscurantismo, veio aos poucos, consentida pelos militares e diversos figurões estão no exercício político até hoje.

            Quase sempre a política brasileira foi dirigida por poucos e focado para poucos. Havendo momentos mais populares, mas sob os olhos dos setores dominantes. A participação democrática da população é extremamente recente. 

Dentro do habitus da grande maioria, o envolvimento político não faz parte de sua realidade, e esse distanciamento excludente é internalizado e naturalizado no processo de socialização. Some-se isso ao contexto da modernidade e da ideologia dominante, que procura destruir toda a credibilidade do que representa o bem comum, sejam os partidos, sindicatos e movimentos sociais, teremos uma carga explosiva de aversão, indiferença e desprezo pela política e por aqueles que estão nesse meio. E esse reflexo está nas urnas, não só nas abstenções/nulos, mas nos discurso de vários prefeitos eleitos.

*Alexandro Kichileski é Professor de Sociologia
Artigo publicado no jornal impresso Folha de Londrina

Itália: socorristas desobstruem caminho e chegam a 700 metros de hotel soterrado


As equipes de socorro conseguiram chegar a uma distância de 700 metros da sede do Hotel Rigopiano, soterrado por uma avalanche na noite de ontem (18). A informação é da Agência Ansa.

Após 12 horas de operações, os bombeiros reativaram a turbina de um motor para desobstruir o caminho de neve. O equipamento tinha ficado sem gasolina, prejudicando as operações de resgate, mas os socorristas carregaram galões de combustível nos braços, caminhando com esquis.

Terremotos e neve
No dia 18 de janeiro, quatro terremotos acima de 5 graus na escala Richter atingiram as regiões de Abruzzo, Lazio e Marche, na zona central da Itália.

Os tremores provocaram mais 80 réplicas. Não houve registro de mortes, apenas de danos estruturais em cidades que, no ano passado, já haviam sido devastadas por outros terremotos. Mas os tremores provocaram uma avalanche nas montanhas do Parque Nacional de Gran Sasso, na província de Pescara, que fica a mil metros de altitude. A massa de neve e rochas atingiu o hotel de luxo Rigopiano, localizado em uma zona florestal da cidade de Farindola, a 8 quilômetros do centro comercial. A avalanche arrastou a estrutura do hotel em 10 metros.

O acidente ocorreu na noite de 18 de janeiro. Dois hóspedes que estavam do lado de fora do hotel acionaram o Corpo de Bombeiros pelo WhatsApp para dar o alerta. Os dois foram resgatados com vida, mas um deles foi internado em estado grave com hipotermia.

Havia 22 hóspedes registrados no Rigopiano no momento do acidente, entre eles duas crianças. Sete funcionários também estavam lá, totalizando 29 desaparecidos. Apenas um corpo foi resgatado até o momento. O volume de neve obstruiu as vias de acesso ao local e as equipes de resgate tiveram que estacionar as ambulâncias, inicialmente, a uma distância de 9 quilômetros e usar esquis para chegar aos escombros, por volta das 4h40 locais (1h40 de Brasília). A primeira vítima foi retirada às 9h30 de hoje (6h30 de Brasília), depois de 12 horas da avalanche.

A cadeia de montanhas San Sasso fica na Cordilheira dos Apeninos, dentro da região de Abruzzo. O Parque Nacional Gran Sasso foi criado em 1991 e é considerado o maior da Itália.

Após terremotos, avalanche atinge hotel na Itália e deixa dezenas de vítimas


Um hotel na cidade de Farindola, na província italiana de Pescara, foi atingido por uma avalanche na noite de ontem (18) e deixou dezenas de pessoas soterradas. De acordo com fontes locais, 22 hóspedes tinham feito check-in ontem no Hotel Rigopiano, além dos funcionários, o que totalizaria 30 desaparecidos.

Em entrevista à Agência Ansa, o líder das operações de busca e resgate, Antonio Crocetta, disse que "há muitos mortos". Especialistas acreditam que a avalanche tenha sido provocada pelos quatro terremotos que atingiram a zona central da Itália na manhã de ontem (18), todos com magnitude de 5.0 a 5.4 graus na escala Richter. O hotel fica na região de Abruzzo, uma das mais afetadas pela neve e pelos terremotos.

As pessoas soterradas estão há horas debaixo dos escombros e expostas às baixas temperaturas, já que neva no local. O hotel teria desabado parcialmente, enquanto a outra parte estaria debaixo da neve trazida pela avalanche.

"Eu me salvei porque sai do hotel para pegar uma coisa no carro", disse o médico Giampaolo Parete, de 38 anos, que ontem deu o alarme da avalanche. Sua esposa e seus filhos ainda estão sob os escombros. "A avalanche chegou e eu fiquei submerso na neve, mas consegui sair. O carro não ficou atolado e eu esperei as equipes de socorro chegar ali", contou.

Cerca de 300 mil pessoas estavam sem energia elétrica no começo da semana na região porque o gelo prejudicou os sistemas de transmissão. Em sua página no Twitter, o hotel tinha informado aos hóspedes que estava sem linha telefônica por causa das más condições climáticas. Nenhum dos terremotos de ontem provocou mortos, apenas danos estruturais. Os tremores foram sentidos até na capital da Itália, Roma, que fechou as escolas e os serviços de metrô.

Desde agosto do ano passado, a zona central da Itália sofreu dezenas de terromotos e réplicas, gerando uma média de u1 tremor a cada 5 minutos, devido aos movimentos tectônicos na região.

Pedidos de resgate
Um casal que está entre os hóspedes do hotel enviou mensagem de texto aos serviços de emergência da Itália pedindo ajuda. "Ajuda, ajuda, estamos morrendo de frio", diz o texto. As equipes de resgate estão usando esquis para chegar aos escombros do hotel. A neve no local chega a uma altura de 4 metros e impediu até o acesso dos carros de resgate e ambulâncias, que tiveram que estacionar a uma distância de 9 quilômetros.

"Chamamos pelas pessoas, mas ninguém responde", disse um dos socorristas. Até o momento, as equipes resgataram apenas um corpo, de um homem, dos escombros.

O primeiro alerta de avalanche foi dado às 19h56 de ontem (16h56 de Brasília). Às 23h locais (20h de Brasília), as equipes de resgate informaram que estavam indo em direção ao hotel, mas que levariam cerca de duas horas para chegar ao posto. Naquele momento, falava-se em apenas três desaparecidos. O tamanho da tragédia só foi percebido na madrugada de hoje.


Agência Ansa

Barack Obama deixa legado de importantes conquistas em seu mandato

À frente da Casa Branca por oito anos, Barack Obama obteve conquistas importantes, tanto no plano doméstico quanto no internacional. Algumas delas polêmicas internamente, mas consideradas históricas, como a retomada das relações diplomáticas com Cuba, após meio século de distanciamento e uma vitória na Suprema Corte, que autorizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A Agência Brasil selecionou temas e assuntos relevantes que marcaram a trajetória de Obama.

1. Retomada das relações com Cuba
Depois de meio século de rompimento, os Estados Unidos (EUA) e Cuba restabeleceram plenamente suas relações diplomáticas. O anúncio da retomada surpreendeu o mundo. Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro anunciaram, em dezembro de 2014, que ambos os países estavam dialogando para o restabelecimento das relações. Seis meses depois, em julho de 2015, Cuba e EUA reabriram suas respectivas embaixadas em Washington e Havana.

As negociações tiveram apoio do papa Francisco, mas Obama já havia sinalizado o interesse de se reaproximar de Cuba. Antes da reabertura das duas embaixadas, os EUA retiraram Cuba da lista dos países que servem ao terrorismo e também retiraram algumas sanções.  O embargo econômico, entretanto, foi mantido e depende da mudança da lei constitucional.

Por sua vez, o governo cubano se comprometeu a respeitar as liberdades individuais e o direito de livre pensamento dos dissidentes no país. Obama esteve em Cuba, em março do ano passado, e se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a visitar a ilha em 88 anos. O presidente americano disse que foi a Cuba para “derrubar o último remanescente da guerra fria”. Ele defendeu eleições democráticas no país.

2. Casamento homoafetivo
Em junho de 2015, a Suprema Corte norte-americana legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo nos EUA. A decisão apertada, por cinco votos a quatro, considerou inconstitucional uma lei que definia o casamento apenas como a “união entre um homem e uma mulher” e colocou fim a uma batalha de muitos anos.

Apesar da diferença de apenas um voto, prevaleceu o entendimento de que o casamento homoafetivo é um direito assegurado pela liberdade individual – princípio fundamental que rege a quinta emenda constitucional no país. Com a decisão do Supremo, as leis estaduais que proibiam o matrimônio entre homossexuais perderam a validade. Quatorze estados tinham leis proibitivas para o casamento gay.

Barack Obama fez um eloquente discurso celebrando a decisão e disse esse era um passo histórico para o casamento entre iguais. “Não importa quem você é ou ama, a América é um lugar onde você pode escrever seu próprio destino”, afirmou.

3. Morte de Osama Bin Laden
Em pronunciamento feito na madrugada do dia 2 de maio maio de 2011, Obama anunciou ao mundo que Osama Bin Laden, líder da rede terrorista Al Qaeda, havia sido abatido numa operação secreta conduzida no Paquistão por forças especiais dos Estados Unidos. Segundo informações do Pentágono, ele foi  abatido em um esconderijo na cidade de Abbotabad,  próximo a Islamabad, capital paquistanesa. A operação foi conduzida em total sigilo e feita com o apoio do Paquistão.

Bin Laden era o inimigo´número um e o homem mais procurado pelos Estados Unidos desde o atentado às torres gêmeas em Nova York, em 11 de setembro de 2001. A morte do líder da Al Qaeda foi considerada uma grande vitória para a política militar de Obama, que vinha sendo criticado por seus adversários de “afrouxar” a política de segurança do país.

"Foi feita justiça", disse Obama na ocasião. “Hoje, posso dizer aos americanos e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama Bin Laden, o líder da Al Qaeda responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças”, afirmou.

4. Acordo nuclear com o Irã
O acordo nuclear com o Irã era um dos principais objetivos de Barack Obama. Quando ele foi firmado, contudo, a opinião pública americana ficou desconfiada e parte da população viu a negociação como um erro de gestão. Uma pesquisa na época mostrou que apenas três em cada dez cidadãos dos EUA concordaram com o tratado, um dos assuntos mais reconhecidos mundialmente na administração Obama.

Os estadounidenses expressaram o temor de que o acordo pudesse fortalecer o Irã e que, no futuro, o país volte a ser uma ameaça aos Estados Unidos. Mesmo assim, analistas internos e externos validaram a iniciativa, que foi alvo tanto de elogios quanto de críticas nos EUA.

Firmado em julho de 2015, após 20 meses de negociação, o acordo assinado entre o Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Reino Unido, França, EUA, China e Rússia) e mais a Alemanha, foi considerado um avanço na política diplomática. O objetivo é limitar o programa nuclear iraniano e impedir que o país consiga produzir a bomba atômica.

Pelo acordo, o Irã aceita que suas agências nucleares sejam inspecionadas, mediante a retirada de sanções internacionais. Os países signatários discutiram minuciosamente cada detalhe e o presidente Barack Obama defendeu a iniciativa tanto interna quanto externamente.

5. Obamacare
Outra ação que foi alvo tanto de elogios quanto de críticas foi o Obamacare, programa de saúde criado por Barack Obama e  que ainda hoje divide republicanos e democratas. O presidente eleito, Donald Trump, afirmou, em sua conta em uma rede social, que a reforma do sistema de saúde promovida por Obama "em breve ficará na história".


A iniciativa, aprovada em março de 2010, facilitou o acesso dos cidadãos americanos, notadamente os mais pobres, a um plano de saúde, beneficiando mais de 20 milhões de pessoas, de forma a tornar os cuidados básicos de saúde mais acessíveis. EsSa foi uma das maiores bandeiras de Obama na campanha do primeiro mandato, e ele termina o segundo, defendendo o programa, mesmo que o Congresso tenha extinguido a lei na semana passada, com a promessa de criar outra.

Nos Estados Unidos, se a pessoa não tem um plano de saúde, sofre um acidente ou tem alguma doença que exija muitos procedimentos e tempo no hospital, ela tem que pagar os custos. O que ocorria, muitas vezes, é que uma pessoa saudável, sem plano de saúde, que inesperadamente precisasse de tratamento médico, arcasse com despesas milionárias, correndo o risco até mesmo de ir à falência.

Os custos de saúde dos Estados Unidos não são pagos pelo governo, a não ser para cidadãos abaixo da linha de pobreza ou acima de 65 anos, e apenas para os serviços mais básicos. Em um caso ou outro, a pessoa pode ir à Justiça pedir que o governo arque com os custos. Mas são casos isolados e demoram um tempo até que o juiz decida.

Agência Brasil

Indicador de tendência econômica para o Brasil cai pela primeira vez em 10 meses


Agência Brasil
O Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE) para o Brasil caiu 1,7% entre novembro e dezembro de 2016, atingindo 101,2 pontos. O resultado foi divulgado hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE) e pelo The Conference Board (TCB), instituição norte-americana sem fins lucrativos.

A queda foi a primeira registrada em dez meses, segundo o superintendente de Estatísticas Públicas do FGV/IBRE, Aloísio Campelo Júnior. No acumulado de janeiro a novembro de 2016, o indicador registra alta de 12,9 pontos.

O cálculo do IACE leva em conta a Taxa referencial de Swap DI pré-fixada de 360 dias, o Ibovespa e os índices de expectativas da indústria, dos serviços, do consumidor, de produção física de bens de consumo duráveis, de termos de troca e do comércio exterior e de quantum de exportações. Dos oito componentes, sete contribuíram para a queda em dezembro.

Para janeiro, há possibilidade de o IACE voltar a registrar alta por causa do comportamento de alguns dos componentes usados no cálculo do indicador, segundo o analista da FGV. “Por exemplo, a taxa de juros futura, a Swap de 360 dias, com essa queda de juros [Selic], vai continuar caindo bem nos próximos meses. Produção de duráveis está começando a melhorar e tende a colaborar positivamente com o indicador. O Ibovespa já está subindo em janeiro. Essas sinalizações já mostram que não é certo que este indicador vai continuar caindo em janeiro”, destacou.

ICCE
Já o Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE) do Brasil, que mede as condições econômicas atuais, subiu 0,3% entre novembro e dezembro de 2016 e chegou a 97,8 pontos. “É como se a economia estivesse aterrizando, no sentido de ainda não está crescendo, mas está parando de cair. O Coincidente está sinalizando que nesta virada de ano a economia está parando de cair e entrando em um ritmo de crescimento nulo, que pode preceder um avanço”, disse Campelo Júnior.

De acordo com o professor, a recuperação pode se tornar mais lenta por causa dos fatores que levaram a economia brasileira a este estágio. O nível de endividamento das famílias, por exemplo, dificulta a contração de novos empréstimos para bens duráveis, imóveis ou automóveis.

Ainda assim, segundo o superintendente do FGV/IBRE, é possível que o país saia da recessão ainda este ano. “A economia tende a crescer próxima a zero no primeiro semestre e positivamente no segundo semestre. Com isso, pelo critério tradicional de período de expansão e recessão, a economia sairia da recessão ao longo do ano. Só que seriam crescimentos ainda baixos.”

Indicadores
O IACE foi criado em julho de 2013 com a intenção de antecipar a direção da economia brasileira no curto prazo e o ICCE para medir as condições econômicas atuais e a intensidade da atividade econômica mensalmente. Os dois fazem parte dos Indicadores de Ciclo da Economia Brasileira realizados pelo FGV/IBRE e o TCB.

O IACE permite uma comparação direta dos ciclos econômicos do Brasil com a China, os Estados Unidos, a Zona do Euro, a Austrália, a França, a Alemanha, o Japão, o México, a Coreia, a Espanha e o Reino Unido, já cobertos pelo TCB.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Presidente chinês adverte Trump em Davos: "Globalização é irreversível"


Da Rádio França Internacional

O presidente chinês Xi Jinping afirmou nesta terça-feira (17), em Davos, onde abriu o Fórum Econômico Mundial, que culpar a globalização não resolverá os problemas do mundo. O discurso foi um recado à política protecionista e isolacionista defendida pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. As informações são da Rádio França Internacional.

Essa é a primeira vez que um presidente chinês participa do Fórum Econômico Mundial. E o mandatário Xi Jinping chegou a Davos com um surpreendente discurso de defensor do livre comércio, alertando contra as guerras comerciais e recuos no processo de globalização.

"Temos que continuar defendendo o desenvolvimento do livre comércio (...) e dizer não ao protecionismo", martelou o líder chinês diante dos 3.000 líderes econômicos e políticos reunidos na cidade dos Alpes suíços. "Qualquer tentativa de interromper os fluxos de capital, tecnologias e produtos (...) é impossível e vai contra a marcha da história", salientou.

Recado claro
A mensagem de Xi Jinping à elite mundial visou implicitamente Donald Trump, que assume a presidência da primeira potência mundial na próxima sexta-feira (20) e vem acusando abertamente a globalização de destruir milhares de empregos nos Estados Unidos.

Trump, que não participa do Fórum, já prometeu abandonar o Acordo de Associação Transpacífico (TPP), um tratado de livre comércio assinado em 2015 entre 12 países da América do Norte e do Sul e da Ásia. Ele também ameaça criar barreiras alfandegárias com o México e a China, além de depreciar com frequência a Organização Mundial do Comércio (OMC), dirigida pelo brasileiro Roberto Azevêdo.

Xi Jinping também critica as instituições multilaterais, como a OMC, consideradas por ele "inadequadas" e "pouco representativas". O líder comunista defende contudo um reequilíbrio da globalização "que deve ser mais inclusiva e sustentável". A China quer aproveitar a gestão de Trump para reforçar sua posição de segunda potência mundial e redesenhar como lhe convém o mapa do comércio mundial.

Responsabilidade mundial
Consciente do movimento contrário à globalização em vários países, o tema do Fórum Econômico Mundial este ano é "a responsabilidade dos líderes". Klaus Schwab, fundador do evento nos anos 70, estima que a elite mundial deve buscar a razão pela qual as pessoas estão irritadas e insatisfeitas. Ele se refere à eleição de Trump nos EUA, mas também ao referendo pelo Brexit, por exemplo.

O Fórum Mundial avalia que a exclusão social e as desigualdades são os principais perigos para 2017 e publicou na segunda-feira (16) um estudo que mostra que a renda média anual retrocedeu nos países desenvolvidos nos últimos cinco anos. "Devemos ouvir o que as pessoas dizem. As vantagens da globalização são mais claras nos países emergentes que nos países desenvolvidos", comentou Sergio Ermotti, chefe do banco suíço UBS.

"Como acontece todos os anos, com a cumplicidade da grande mídia, as elites tentarão passar uma imagem positiva de sua 'liderança' sobre a globalização. Mas serão obrigadas a levar em conta a revolta crescente dos povos, que perturba a ordem neoliberal", denunciou a ONG Attac.

INSS vai fazer "pente-fino" para revisar mais de 2 milhões de benefícios

O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário informou nesta terça-feira (17) que mais de dois milhões de pessoas serão convocadas por carta pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por conta de uma revisão criteriosa que será realizada nos benefícios pagos atualmente pelo órgão. Serão notificados 840.220 beneficiários de auxílio-doença e 1.178.367 aposentados por invalidez.

O objetivo do "pente-fino" é corrigir irregularidades na manutenção de benefícios. A previsão do Ministério é que todo o processo dure dois anos. A ação está regulada pela Medida Provisória 767, publicada do Diário Oficial da União no dia 6 de janeiro e pela Portaria Interministerial Nº 9, publicada nesta segunda-feira (16).

A convocação dos segurados vai ser feita por meio de carta com aviso de recebimento. A partir do comunicado, o beneficiário tem cinco dias úteis para agendar a perícia médica pelo telefone 135. Se ele não cumprir esse prazo ou não comparecer na data agendada, terá o benefício suspenso. Nesse caso, o segurado deve procurar o INSS e agendar a perícia para reativar o auxílio.

O INSS orienta que os segurados levem toda a documentação médica disponível, como atestados, laudos, receitas e exames para serem apresentados no dia da perícia.

O balanço feito até 31 de outubro de 2016 revelou que das 20.964 perícias realizadas no período, 16.782 benefícios foram encerrados na data de realização do exame, gerando uma economia de R$ 220 milhões para o Fundo da Previdência.


Agencia Brasil

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Oito homens mais ricos detêm mesmo patrimônio que a metade mais pobre do mundo


Marieta Cazarré - Agência Brasil

O patrimônio de apenas oito homens é igual ao da metade mais pobre do mundo. Os dados foram divulgados hoje (16) pela Oxfam, organização humanitária que luta contra a pobreza, e mostram ainda que a fatia dos 1% mais ricos detém mais que todo o resto do planeta.

O relatório intitulado "Uma economia para os 99%” denuncia o abismo existente entre os mais ricos e o resto da população mundial e apresenta propostas de ações para uma sociedade mais justa e igualitária.

Entre os dados apresentados no documento há referência positiva ao caso do Brasil, onde os salários reais dos 10% mais pobres da população aumentaram mais que os pagos aos 10% mais ricos entre 2001 e 2012, “graças à adoção de políticas progressistas de reajustes do salário mínimo”.

No entanto, as notícias de maneira geral não são boas. No mundo, a renda dos 10% mais pobres aumentou cerca de US$ 65 entre 1988 e 2011, enquanto a renda dos 1% mais ricos aumentou – 182 vezes mais no mesmo período (ceca de US$ 11.800). Além disso, sete em cada dez pessoas vivem em um país que registrou aumento da desigualdade nos últimos 30 anos.

Ao longo dos próximos 20 anos, 500 pessoas passarão mais de US$ 2,1 trilhões para seus herdeiros – uma soma mais alta que o Produto Interno Bruto (PIB) da Índia, país que tem 1,2 bilhão de habitantes.

Nos Estados Unidos, nos últimos 30 anos, a renda dos 50% mais pobres permaneceu inalterada, enquanto a do 1% mais rico aumentou 300%.

Outro exemplo que o documento cita e que revela o tamanho da desigualdade na distribuição de renda é o Vietnã: o homem mais rico do país ganha mais em um único dia de trabalho do que a pessoa mais pobre vai ganhar em um período de dez anos.

De acordo com a Oxfam, os mais ricos acumulam riqueza de forma tão acelerada que o mundo pode ter seu primeiro trilionário nos próximos 25 anos. A ideia de que uma única pessoa possua mais de um trilhão é tão incrível que a palavra “trilionário” ainda não aparece na maioria dos dicionários. O relatório destaca que seria preciso gastar US$ 1 milhão todos os dias durante 2.738 anos para gastar US$ 1 trilhão.

Outra triste conclusão apresentada é sobre as desigualdades de gênero. De acordo com as tendências atuais, o impacto é maior entre as mulheres, que levarão 170 anos para serem remuneradas como os homens.

A Oxfam afirma que as relações econômicas atuais recompensam excessivamente os mais ricos e propõe, como estratégia para diminuir o abismo entre milionários e pobres, tornar essas relações econômicas mais humanas.

“Governos responsáveis e visionários, empresas que trabalham no interesse de trabalhadores e produtores, valorizando o meio ambiente e os direitos das mulheres, além de um sistema robusto de justiça fiscal são elementos fundamentais para essa economia mais humana”, diz o texto.

O relatório fala ainda em cobrança justa de impostos por empresas e pessoas ricas, a igualdade salarial entre homens e mulheres e a proteção do meio ambiente.

“Combustíveis fósseis têm impulsionado o crescimento econômico desde a era da industrialização, mas eles são incompatíveis com uma economia que efetivamente prioriza as necessidades da maioria. A poluição do ar provocada pela queima de carvão causa milhões de mortes prematuras em todo o mundo, enquanto a devastação causada pelas mudanças climáticas afeta mais intensamente os mais pobres e mais vulneráveis. Energias renováveis sustentáveis podem garantir o acesso universal à energia e promover o crescimento do setor energético respeitando os limites do nosso planeta”.

O relatório da Oxfam foi divulgado um dia antes do início do Fórum Econômico Mundial, que vai debater alguns desses assuntos ao longo desta semana, em Davos, na Suíça. No evento, estarão reunidos os principais atores políticos e econômicos do mundo para discutir, entre outros temas, a questão das alterações climáticas.

Quem são os oito mais ricos do mundo
O estudo da Oxfam cita a lista divulgada pela revista americana Forbes, em março de 2016, com os nomes dos homens mais ricos do mundo à época. Bill Gates, fundador da Microsoft, lidera o ranking, com uma fortuna de US$ 75 bilhões; seguido pelo espanhol Amancio Ortega, fundador da Inditex, empresa-mãe da Zara (US$ 67 bilhões); pelo americano Warren Buffett, acionista da Berkshire Hathaway (US$ 60,8 bilhões); pelo mexicano Carlos Slim Helu, dono da Grupo Carso (US$ 50 bilhões); e pelos americanos Jeff Bezos, fundador e principal executivo da Amazon (US$ 45,2 bilhões); Mark Zuckerberg, cofundador e principal executivo do Facebook (US$ 44,6 bilhões); Larry Ellison, cofundador e principal executivo da Oracle (US$ 43,6 bilhões) e Michael Bloomberg, cofundador da Bloomberg LP (US$ 40 bilhões).


De acordo com o relatório, os 1.810 bilionários (em dólares) incluídos na lista da Forbes de 2016 possuem um patrimônio de US$ 6,5 trilhões – a mesma riqueza detida pelos 70% mais pobres da humanidade.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Piso dos professores tem reajuste de 7,64% e vai para R$ 2.298


O piso salarial dos professores em 2017 terá um reajuste de 7,64%. Com isso, o menor salário a ser pago a professores da educação básica da rede pública deve passar dos atuais R$ 2.135,64 para 2.298,80. O anúncio foi feito hoje (12) pelo Ministério da Educação (MEC).

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O piso salarial dos docentes é reajustado anualmente, seguindo aa regras da Lei 11.738/2008, a chamada Lei do Piso, que define o mínimo a ser pago a profissionais em início de carreira, com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais.

O ajuste deste ano é menor que o do ano passado, que foi de 11,36%. O valor representa um aumento real, acima da inflação de 2016, que fechou em 6,29%. O novo valor começa a valer a partir deste mês.

"Significa um reajuste acima da inflação, cumprindo a legislação", disse o ministro da Educação, Mendonça Filho. "É algo importante porque significa, na prática, a valorização do papel do professor, que é central na garantia de uma boa qualidade da educação. Não se pode ter uma educação de qualidade se não tivermos professores bem remunerados e motivados", acrescenta.

A lei vincula o aumento à variação ocorrida no valor anual mínimo por aluno definido no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Pela lei, os demais níveis da carreira não recebem necessariamente o mesmo aumento, o que é negociado em cada unidade federativa.

Aumento de R$ 5,083 bilhões nos gastos municipais
Em um cenário de crise, o reajuste preocupa estados e municípios. Estudo divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que o reajuste do piso salarial dos professores vai gerar um aumento de R$ 5,083 bilhões nos gastos municipais.

De acordo com a CNM, de 2009 a 2016 os gastos com a folha de magistério tiveram uma expansão de R$ 41,829
bilhões. O valor já cresceu 241,9%, muito acima da inflação relativa ao período e maior do que o próprio aumento das receitas do Fundeb.

O Fundeb é formado, na quase totalidade, por recursos provenientes dos impostos e transferências dos estados, Distrito Federal e municípios, vinculados à educação. Além desses recursos, ainda compõe o Fundeb, a título de complementação, uma parcela de recursos federais. Pelo menos 60% desses recursos devem ser destinados a pagamento de pessoal.

Segundo a CNM, atualmente, os municípios comprometem, em média, 78,4% dos recursos do Fundeb apenas com a folha de pagamento desses profissionais, de acordo com dados do Sistema de Informação sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope).

Em 2015, mais de 70 Municípios já comprometiam 100% desses recursos.

O ministro da Educação ressaltou que, ao final do ano passado, o governo antecipou o repasse de R$ 1,25 bilhão do Fundeb. "O pagamento foi honrado ainda dentro do exercício de 2016, o que não ocorria. O prazo para que o repasse fosse feito é até abril do ano subsequente", disse.

Ele acrescenta que, em 2017, os repasses aos estados e municípios serão mensais, "o que vai totalizar R$ 1,3 bilhão e ajudará o fôlego dos estados e municípios e suas respectivas folhas", finalizou.


Da Agencia Brasil

Mercado prevê déficit de R$ 148,3 bilhões do Governo Central em 2017


Apesar de todos os cortes em benefícios da área social, benefícios estes que segundo o governo Temer seriam os maiores responsáveis pelo impacto negativo nas contas do governo (grifo meu). 

As Instituições financeiras consultadas pelo Ministério da Fazenda esperam que o déficit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) termine este ano em R$ 148,3 bilhões.

Segundo a previsão, o desfalque nas contas públicas será maior que a meta de resultado fiscal perseguida pelo governo para este ano, que é déficit de R$ 139 bilhões.

A estimativa consta na pesquisa Prisma Fiscal, elaborada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, com base em informações do mercado financeiro. O resultado foi divulgado hoje (12), em Brasília. Para 2018, a estimativa é déficit de R$ 125,9 bilhões.

A projeção da arrecadação das receitas federais este ano caiu de R$ 1,356 trilhão para R$ 1,345 trilhão. Para 2018, a estimativa recuou de R$ 1,465 para R$ 1,458 trilhão.

Receita líquida
Para a receita líquida do Governo Central a estimativa para este ano manteve-se próxima da estabilidade, em R$ 1,160 trilhão.

No caso da Despesa Total do Governo Central, a projeção chega a R$ 1,312 trilhão em 2017 e R$ 1,376 trilhão no ano que vem.

A pesquisa apresenta também a projeção para a dívida bruta do Governo Central, que, na avaliação das instituições financeiras, deve cair de 77,7% do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) para 76,8% este ano. Para 2017, a estimativa está em 80,4% do PIB.

México diz que não pagará por muro na fronteira com os Estados Unidos


O governo mexicano declarou que não pagará a conta do muro, que cobrirá 3.200 km de fronteira. O preço da obra pode chegar a US$ 12 bilhões, de acordo com cálculos do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald  Trump, durante a campanha.

O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, reafirmou que o México não pagará pelo muro, mas se disse disposto a trabalhar para ter uma boa relação com o governo Trump.

"É evidente que temos algumas diferenças com o próximo governo dos Estados Unidos" mas, ainda assim, o governo mexicano trabalhará "para ter uma boa relação com os Estados Unidos e seu presidente", disse Peña Nieto.

O novo chanceler mexicano, Luis Videgaray, avaliou que "os Estados Unidos têm o direito de proteger suas fronteiras", mas é "inadmissível que o México pague por infraestrutura dos Estados Unidos. Isso não vai acontecer", declarou.
"Nem hoje, nem amanhã, nem nunca o México pagará por esse muro estúpido. Se Trump quiser um monumento ao seu ego, ele que pague!", disse o ex-presidente Vicente Fox.

Migração pode ser evitada
O presidente eleito dos Estados Unidos declarou que, em menos de um ano, construirá o muro na fronteira com o México para evitar a imigração e garantiu que o vizinho pagará pela obra “de uma maneira ou de outra”, possivelmente pagando impostos. Trump ameaça intervir em remessas enviadas por mexicanos nos Estados Unidos.

A afirmação foi feita por Trump em sua primeira coletiva de imprensa em 167 dias. Ele já havia ameaçado intervir nas remessas que milhões de trabalhadores mexicanos enviam dos Estados Unidos - uma das maiores receitas do México e sustento de muitas famílias -, se o país não pagar a construção do muro ao longo dos 3.200 km de sua fronteira sul.

O vice-presidente eleito Mike Pence está trabalhando com várias agências e com o Congresso para aprovar o financiamento do muro e dar início à sua construção, segundo Trump. A polêmica ideia do muro foi lançada no início de sua campanha.

Oposição venezuelana descarta retomada de diálogo com o governo


A oposição venezuelana descartou nessa quarta-feira (11) a retomada do diálogo com o governo do presidente Nicolás Maduro, congelado desde dezembro passado, mas se mostrou disposta a conversar com o enviado do papa Francisco. A informação é da Agência France Press (AFP).

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"O diálogo não pode ser concebido como uma maneira de fazer o país perder tempo", declarou Jesús Torrealba, secretário executivo da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).

Alegando que o governo não cumpriu os acordos acertados, os delegados opositores suspenderam sua participação, em 6 de dezembro passado, quando deveria ocorrer a terceira rodada de negociações para superar a crise política e econômica.

Amanhã (13) vence o prazo proposto pelo Vaticano e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) - facilitadores do diálogo - para que sejam criadas as condições que permitam a retomada do diálogo.

Os facilitadores haviam exortado os poderes públicos a se "abster de tomar decisões" passíveis de torpedear os contatos, mas as tensões acabaram se aprofundando.

A maioria opositora do Parlamento declarou, esta semana, Maduro em "abandono do cargo", ao responsabilizá-lo pela crise, e exigiu a convocação de eleições presidenciais.

A decisão é considerada ilegal pelo chavismo, que pediu sua anulação pelo Supremo Tribunal e uma ação penal contra os deputados que aprovaram a medida.

Apesar de rejeitar os contatos diretos com o governo, Torrealba contemplou a possibilidade de um encontro com o enviado do Papa, monsenhor Claudio María Celli.

"Se, por alguma razão, aqui chegar na próxima sexta um representante do Vaticano, monsenhor Celli ou qualquer outro, vamos recebê-lo com os braços abertos".

O principal delegado de Maduro, Jorge Rodríguez, anunciou na terça-feira que Celli viajará à Venezuela para reativar a negociação.

"Nos entrevistamos com o monsenhor Celli em sua residência, e ele nos manifestou que o papa Francisco persiste em acompanhar o diálogo na Venezuela", declarou Rodríguez, que se reuniu com o religioso na sexta-feira passada, em Roma.

A MUD exige a convocação de eleições, mas o chavismo nega discutir esse tema na mesa de negociações. "Não discutimos e nem vamos discutir antecipar qualquer data para as eleições presidenciais", afirmou Rodríguez.

As eleições na Venezuela estão previstas para dezembro de 2018.

Agencia Brasil

Mães e mulheres de presos aguardam notícias em frente à cadeia pública de Manaus


A tarde dessa quarta-feira (11) em Manaus foi de chuva forte, o que não impediu que um grupo de mães e mulheres de presos na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no centro de Manaus, se mantivesse em frente ao local à espera de notícias. O grupo, formado por sete mulheres, está há quase duas semanas em uma espécie de vigília.
“A gente não está conseguindo visitá-los. Eles [funcionários da cadeia] só falam que está tudo bem. Se estivesse tudo bem, não tinha entrado ambulância aí, não tinha preso ferido”, diz uma delas. Com medo de represálias, elas pedem para não ser identificadas. Relatam a entrada de homens do Batalhão de Choque e de um batalhão com cães. “A notícia que eles dão para todas é 'está bem'. E por que entra cachorro aí dentro?”, disse dona Augusta*.

As mulheres se instalaram do outro lado da rua, em frente à cadeia. Se revezam nas poucas cadeiras de plástico disponíveis na calçada para descansar. Vez ou outra, atravessam a rua e gritam por notícias, agarradas à grade do local. Lá dentro, na porta da cadeia, policiais militares apenas observam o movimento. Maria Tereza* é outra que espera notícias. Agitada, anda de um lado para outro, grita em direção à cadeia pedindo informações.

Com telefones celulares nas mãos, são alimentadas de informações por grupos de WhatsApp de outros parentes de presos. Cada mensagem é recebida com indignação. Um dos grupos foi batizado de “As Guerreiras”. São informadas de que seus parentes, apesar de receberem roupas que as famílias entregam, estão apenas de cuecas lá dentro. Então, Maria Tereza vai até o portão da cadeia pública e grita: “onde estão as roupas que trouxemos para eles?”

A rotina, que está perto de chegar a duas semanas, deixa dona Augusta angustiada e cansada. Enquanto conversava com a reportagem, tinha crises de choro. Se recompunha e minutos depois, chorava novamente, principalmente quando falava do filho, preso por porte de drogas. “Meu filho é viciado, ele é. Mas eu sei que meu filho vai sair daí vivo, eu sei! E meu filho nunca mais vai fazer besteira”, diz, em uma nova crise de choro. “Eu já tô revoltada, cansada. Eu não aguento mais isso não”.

Ela conta que desde a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), nos dias 1º e 2 de janeiro, não vai para casa. “Meu marido já ligou e disse que nem me quer mais, porque 'não tem mais mulher'. Eu sei que aqui fora a gente não faz nada, mas só de estar aqui sinto que estou salvando meu filho”.

Na espera por notícias, as mães e esposas se ajudam. São senhoras e jovens grávidas, esperando pelos pais dos seus filhos. Compartilham comida e carinho. “A gente não sabe mais o que é dormir. Quando uma vai para casa, as outras ficam aqui. Às vezes, a gente tem pena umas das outras e fala 'vai, mana, vai para casa tomar um banho'. Tem que estar aqui direto”, diz Maria Tereza, sob os olhares de aprovação de outra mãe, Nilza*, uma senhora de cabelos brancos e olhar cansado.

O filho de Nilza está preso há um ano e dois meses. Já existe um alvará de soltura, mas o recesso do Judiciário, segundo ela, atrasa a libertação do rapaz. “A gente chega de manhã e não tem hora para sair. Na última terça-feira [10], eu saí daqui quase à meia-noite. É muito difícil a gente, como mãe, passar por isso”.

Em frente à cadeia, outro grupo reza. Com bíblias, parentes e amigos de presos cantam louvores e estendem as mãos em direção à porta do local. Algumas choram, enquanto cantam pedindo proteção aos detentos, na torcida para que não haja mais mortes, a exemplo do que ocorreu no início da semana, quando quatro presos morreram .

“Liberdade!”
Minutos após a conversa com o grupo de mulheres, uma movimentação discreta chama a atenção delas. Um preso é libertado e muitas comemoram, com grito de “liberdade!”. Outra abraça o rapaz, que estampa um sorriso tímido e, ao mesmo tempo, aliviado. Acompanhado por um funcionário da cadeia, ele deixa o local rapidamente.

Em seguida, outro é liberado. Entra em um carro do governo do estado do Amazonas e, acompanhado pela mãe, também ganha liberdade. Logo, os ânimos cessam. As pessoas que rezavam em frente à cadeia vão embora, mas dona Augusta, Maria Tereza, Nilza e as outras continuam lá, vigilantes e angustiadas.

Suspensão de visitas
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou, em nota, que as visitas aos presos estão suspensas por período indeterminado. A justificativa é a segurança deles e dos familiares.

“[...] está temporariamente suspensa a entrega de alimentos e materiais em todas as unidades prisionais e a visita de familiares aos internos durante o fim da semana. A medida visa a garantir a segurança e a integridade física dos familiares, funcionários e internos do sistema prisional”, diz a secretaria.

O órgão também confirma que os alimentos entregues por parentes não estão sendo repassados aos presos, mas não explicou o motivo. “A Seap reforça que as refeições diárias dentro das unidades prisionais permanecem como programadas, e que os internos não estão recebendo apenas os alimentos trazidos pelos familiares. A Seap esclarece que assim que a situação no sistema for estabilizada, os procedimentos voltados para os familiares serão retomados”.


Agencia Brasil

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